quinta-feira, 21 de maio de 2009

ALFABETO

Apareceu no século IV, ao mesmo tempo na Mesopotâmia e no Hedjaz, região da Península Arábica ao logo do mar Vermelho.
Das diferentes formas de escrita desenvolvidas nessa região, foi a variedade nashki, usada a partir do século X em Meca e Medina, que serviu de modelo a todas as escritas árabes modernas.
A expansão islâmica dos séculos VII e VIII difundiu o alfabeto árabe desde a Espanha até a Ásia.
Escrito da direita para a esquerda, tem 28 consoantes.
Depois do século VIIII, foram adotados alguns sinais gráficos, usados até hoje, para distinguir os caracteres semelhantes.


Segundo os historiadores, o idioma árabe era apenas falado no início, não era escrito. Originou-se na Arábia (atual Arábia Saudita), mais precisamente no sul, onde está atualmente a República do Iêmen.
A língua árabe contém vinte e oito letras, das quais, algumas não se traduzem para outros idiomas, em virtude das próprias fonéticas. Vale ressaltar que a língua árabe se escreve da direita para a esquerda, e não pode ser escrita com letra de formam as palavras são ligadas por letras minúsculas.
Pesquisadores afirmam também que durante milhares de anos, ela foi desenvolvendo-se, aperfeiçoando-se até a forma atual, cuja perfeição máxima estaria contida no Sagrado Alcorão. Esse idioma é mantido através do Islã, que constitui o mundo árabe da forma como é conhecida atualmente. Quando os muçulmanos dominaram a maior parte do mundo antigo (Ásia, Europa e África), a língua falada ressentiu-se com a fusão de outros idiomas; daí, a razão da existência de vários sotaques no mundo árabe. Cada país praticamente, hoje tem um árabe chamado popular, pois é falado, nas ruas, nas feiras, no dia a dia do cidadão, e o árabe clássico.
O árabe clássico, comum a todos os países, é usado nos meios de comunicação, nas escolas, é a forma gramatical mais correta.
Diversos estudos apontam a influência do idioma árabe sobre a língua portuguesa, como mostram os trechos abaixo:

“A língua portuguesa é uma língua neolatina, formada da mistura de muito latim vulgar e mais a influência árabe e das tribos que viviam na região. Apesar de ter sua origem altamente conectada a outra língua (o galego), o português é uma língua própria e independente. Apesar da influência dos tempos tê-la alterado, adicionando vocábulos franceses, ingleses, espanhóis e únicos, ela ainda tem sua identidade única, apesar de não ter a força que tinha no seu ápice, quando era quase tão difundida como agora é o inglês”.

“Não é por acaso que inúmeros idiomas sofreram a influência da cultura árabe, inclusive o português. Situados a meio caminho entre Ocidente e Oriente, e estimulados por uma religião que incentiva seus seguidores a procurarem pelo mundo as manifestações divinas, os povos árabes tiveram papel fundamental no recolhimento, na interpretação e na transmissão até nossos dias das principais obras tanto da Grécia Clássica como da China e da Índia .
A obra de Aristóteles, por exemplo, chegou aos nossos dias graças ao filósofo maghrebino Ibn Rushd (Averróes); já os textos de Ibn Sînâ (Avicena) sintetizaram as idéias de Platão e Aristóteles. Os próprios algarismos foram desenvolvidos na Índia, mas chegaram ao Ocidente como fruto do interesse dos árabes pelas ciências e pela cultura de outros povos. Durante séculos, obras de inúmeras culturas foram traduzidas para o árabe, que por isso (e com isso) evoluiu e acabou por ostentar depois o papel de língua culta preferida pelos pensadores de várias épocas. Mesmo instrumentos como a bússola e o astrolábio, ou o papel chinês, só chegaram ao Ocidente por meio dos povos árabes.”

Segundo o professor de língua portuguesa Cláudio Moreno, os árabes, na sua permanência de sete séculos na Península Ibérica, contribuíram para o léxico do Português e do Espanhol com centenas de vocábulos. Um grande número dessas palavras começa pela letra "A": almôndega, alfândega, almofada, açougue, açúcar, açude, aldeia, alface, algema, algodão, alicerce, alvará, alquimia, arrabalde, alfaiate, arroz, azeite, entre muitas outras. A razão disso é que "al" é o artigo definido do Árabe e nossos antepassados incorporaram essa partícula nas palavras que ouviam, sem ter a consciência de sua natureza de artigo. Isso fica claro quando comparamos nosso "A çúcar" e nosso "AL godão" com o sugar e o cotton do Inglês, o sucre e o coton do Francês, e o zucchero e o cotone do Italiano, línguas que nunca estiveram em contato direto com os povos árabes. Moreno apresenta uma lista de outras palavras que têm sua origem no idioma árabe, conforme tabela a seguir:

balde
garrafa
naipe
tâmara
bisnaga
gazela
oxalá
tambor
bórax
gengibre
quilate
tarefa
bugio
gergelim
quintal
tarifa
cabide
girafa
rabeca
tarimba
café
giz
recife
tarrafa
califa
haxixe
redoma
toldo
caravana
javali
refém
xadrez
carmesin
lacrau
rês
xale
cenoura
laranja
saguão
xeque
chafariz
leilão
sapato
xerife
cifra
lima, limão
sarrafo
zênite
elixir
marfim
sorvete
zero
enxaqueca
masmorra
tabefe

enxoval
musselina
tagarela

gaita
nababo
talco


Outras informações podem ser encontradas através dos seguintes endereços:
http://www.hottopos.com/collat7/houaiss.htm (artigo excelente do lexicógrafo Antônio Houaiss)
www.novomilenio.inf.br/idioma/nomundo6.htm
http://educaterra.terra.com.br/sualingua/02/02_arabe.htm

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