sábado, 23 de maio de 2009

INSTRUMENTOS NA DANÇA DO VENTRE




As dançarinas utilizam com frequência instrumentos para acompanhar os músicos, principalmente os snujs.
Existem os instrumentos de corda (alaúde, violino e cítara),
os de sopro (vários tipos de flautas; as mais usadas são o nay e o miguêz)
e os instrumentos de percussão (doholla, snujs, dâff, reque, mazhar tablet, e o derbak). Os instrumentos podem ser também classificados em percussivos, melódicos e harmônicos.

A percussão é o lado instintivo e está ligado ao quadril;
a melodia corresponde aos sentimentos e está ligada ao peito;
e a harmonia, ao lado racional, correspondente à cabeça.
É de responsabilidade da bailarina de Dança do Ventre saber interpretar cada instrumento no seu solo, mostrando assim a qualidade de cada instrumento. Alaúde


Seu nome vem do árabe Al-'Ud (cujo plural é 'Idan).
Sua origem remonta ao século VII.
Possui braço curto, fundo arredondado e 5 pares de cordas.
No passado, suas cordas eram feitas de seda e tripas.
Atualmente, as cordas maiores são feitas de nylon, e as menores, de metal e seda.
Nos tempos mais antigos, a palheta utilizada para tocar as cordas era feita de pluma de águia;
atualmente, ela é feita de casco de búfalo ou de plástico.
É considerado tradicionalmente o principal instrumento da música árabe, e ainda é muito utilizado. Contrabaixo
Quando, na metade do século XX, múltiplos violinos, e em seguida violoncelos tornaram-se parte das orquestras árabes, os contrabaixos foram também introduzidos, funcionando tanto na melodia quanto na percussão.
Geralmente, na música árabe, as cordas são puxadas com a mão, e não tocadas com o arco. Derbak (nome árabe) ou Tabla (nome egípcio)
Tambor de uma cabeça, que é tocado com as mãos, e encontrado na totalidade das orquestras árabes.
De forma cilíndrica, com o pescoço afunilado, é geralmente apoiado no fêmur esquerdo do músico, e mantido no lugar certo com a parte de baixo do pulso esquerdo.
Usando ambas as mãos, o músico produz uma variedade incrível de sons, utilizando a cobertura (que pode ser feita de pele de cabra, bezerro ou peixe) ou a moldura.
O corpo do instrumento é feito tradicionalmente de argila queimada.
Desde meados dos anos 80, a cobertura de pele foi substituída por plástico, e o corpo passou a ser feito em alumínio, tornando-se esta versão a preferida da maior parte dos músicos.

Principal instrumento de percussão árabe. Dohollah ou Tabla grave Semelhante ao Derbak. Mazhar Pandeiro bem largo. Mijuez Flauta confeccionada em bambú. Nay É uma flauta de junco, aberta dos dois lados, com 6 orifícios.
Quando tocado, a ponta oposta à que está na boca fica voltada para baixo, obliquamente ao lado direito do corpo do músico.
Um mesmo músico utiliza 6 ou 7 nays de diferentes comprimentos, para tocar em diferentes alturas.
O junco com o qual o instrumento é construído deve possuir 9 segmentos, portanto deverá ser escolhido um pedaço de junco que tenha 8 nós (ou juntas) naturais.
Este instrumento data de um período bastante remoto.
O Nay tem associações filosóficas e místicas, nas quais ele é associado ao corpo humano:
ambos precisam do sopro da vida para se tornarem ativos.
De acordo com estas crenças, o som do Nay pretende expressar a ânsia do homem em unir-se a Deus.
Este instrumento também existe na música turca e persa, onde foram acrescentadas peças para encaixe da boca.
Na Turquia, esta peça é feita de madeira ou chifres, e no Irã ela é feita de metal.
Geralmente, seu som se assemelha a um longo apito. Qanun Uma cítara trapezoidal, que é posicionada no colo do músico, ou em cima de uma mesa especial, colocada em frente ao músico, que a tocará sentado.
Vinte e cinco ou 27 conjuntos de cordas são esticados, da direita para a esquerda, sobre o instrumento (a maior parte destes conjuntos têm três cordas).
As cordas são tocadas com a ajuda de duas pequenas palhetas presas aos dedos indicadores de cada mão.
Desde as primeiras décadas do século XV, pequenos reguladores (chamados 'urab) são colocados na direção das cordas, no lado esquerdo do instrumento, permitindo ao músico mudar o comprimento das cordas, modificando assim a sua afinação.
Isto facilita enormemente a execução de modulações, que são mudanças de um modo melódico para outro, coisa muito comum na música Árabe.
Antes da introdução destes reguladores, os músicos tinham que pressionar o polegar ou a unha de algum dos dedos da mão esquerda sobre um conjunto de cordas, para modificar a sua afinação.
Um detalhe importante deste instrumento é o seu "amplificador natural":
as cinco pernas do seu cavalete são colocadas sobre cinco pedaços retangulares de pele de peixe esticados, que partem da borda direita do instrumento. Duff Este é o "pandeiro árabe" (cujo pronúncia é dâff).
É formado por uma moldura de madeira (de 8.5 polegadas de diâmetro e 2.5 polegadas de profundidade) revestida de madrepérola, com cinco conjuntos de címbalos (com 2.25 polegadas de diâmetro) colocados simetricamente ao redor da moldura, e coberto por uma membrana de pele (os de melhor qualidade utilizam pele de novilho ou de peixe).
No final dos anos 80, um pandeiro feito de moldura de alumínio e coberto com plástico foi criado, e imediatamente adotado pela maioria dos músicos.
No início dos anos 90, uma versão com moldura de madeira e cobertura de plástico foi introduzida (protótipos deste modelo existem desde os anos 70).
Apresenta uma variedade de sons, que incluem a vibração completa (todos os címbalos vibrando juntos), a vibração parcial (um conjunto de címbalos vibrando isoladamente), e o toque sem vibração (nenhum címbalo vibrando).
Na primeira metade do século XX era comum a utilização do duff como instrumento solo. Com o início da utilização do Derbak e dos bongôs na segunda metade do século XX, os músicos tiveram que desenvolver técnicas que enfatizassem o som dos címbalos, em vez do som da membrana, para destacar o pandeiro e não duplicar o som de outros instrumentos de percussão. Snujs Pequenos címbalos metálicos, tocados com os dedos (um par em cada mão). Violino Instrumento europeu que foi adotado pela música Árabe no século XIX.
No século XX ele já havia tomado o lugar da antiga rabeca de ponta de ferro, passando inclusive a usar o seu nome: kamanja ou kaman.
A quantidade de músicos violinistas nas orquestras Árabes também aumentou desde a primeira metade do século XX: no início era apenas um, e hoje em dia, nas grandes orquestras, utilizam-se 12 ou mais. Violoncelo Quando os múltiplos violinos foram introduzidos nas orquestras árabes, na primeira metade do século XX, o violoncelo também também passou a ser utilizado.
Na segunda metade do século XX tornou-se comum nas grandes orquestas a utilização de pelo menos três deles. Zâmr Instrumento de sopro semelhante a uma corneta. Os novos instrumentos

Atualmente, utiliza-se com frequência instrumentos eletro-eletrônicos, como guitarras e diversos modelos de teclados especiais para a execução de músicas orientais.
A utilização destes instrumentos modernos na música do Oriente Médio depende da sua capacidade de executar as notas "extras", utilizadas na música árabe.

As guitarras, por exemplo, não foram preparadas para tocar estas notas, de forma que elas são usadas apenas nos modos melódicos, que utilizam 12 notas por oitava.
Teclados, contudo, ganharam dispositivos que, quando ativados, transformam uma determinada nota na sua equivalente árabe mais próxima. Com a introdução dos sintetizadores controlados por computador (chamados org no mundo árabe), os músicos podem interpretar de forma bastante sofisticada todas as variações de afinação, da mais grave à mais aguda, bem como alterar timbres e utilizar efeitos especiais (tais como o som que imita o Zágarit).
Tudo isto levou o org a ser o instrumento melódico que mais se destacou na música Árabe popular nas últimas décadas do século XX.

Nenhum comentário:

Postar um comentário